O Dia Mundial da Migração de Peixes é uma celebração global para abordar esta importante questão e aumentar a
conscientização sobre rios interconectados e peixes migradores. A World Fish Migration
Foundation lidera a iniciativa e organizações em todo o mundo participam ativamente por meio da realização de eventos que conectam peixes, rios e
pessoas.
Neste ano, a celebração ocorreu no dia 24 de outubro e a Rede Ciência Cidadã para a Amazônia organizou uma campanha sobre o tema. A campanha consistiu em webinar, promoção
de eventos de parceiros e lançamento de produtos de comunicação sobre os peixes migradores mais importantes para a Amazônia.
Eventos
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26 de outubro - Discussões no Mercado de Peixe - Em comemoração ao Dia Mundial da Migração de Peixes, a ECOPORÉ e a
UNIR promoveram um evento sobre a importância dos peixes migradores no Mercado Cai N'Água, em Porto Velho, Rondônia (Brasil). Veja fotos
do evento.
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23 de outubro - Conectando peixes, rios e pessoas - Seminário online organizado pelo Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia e Recursos Pesqueiros e pelo Laboratório de Ecologia Pesqueira - ambos da Universidade Federal do Amazonas, com o apoio do Instituto Piatam e da WCS. Teve como objetivo informar
sobre a importância da conservação de peixes migratórios e ambientes aquáticos, principalmente na Bacia Amazônica. Com apresentações do Dr. Fabrice Duponchelle, do Institut de Recherche pour le Développement (IRD), do professor Dr. Miguel Petrere, da Universidade Federal do Pará; e o professor Dr. Ronaldo
Barthem, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Acesse a gravação do
evento.
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16 e 23 de outubro - Problemas de migração e conservação de peixes nas Bacias Amazônicas e Paraguai Paraná - O Museu
Nacional de História Natural da Bolívia (MNHN), juntamente com o Governo da Bolívia, Piensa Verde e WCS, promoveu duas discussões online em comemoração ao Dia Mundial da Migração de Peixes.
Os participantes foram Dra. Carolina Doria (UNIR), Dr. Claudio Baigun (Instituto de Pesquisa e Engenharia Ambiental); Guido Miranda (WCS), Lic Hugo Aranibar (MNHN); Dr. Marc Pouilly (IRD);
Dr. Paul Van Damme (FAUNAGUA); e Lic Soraya Barrera (MNHN). Ambas as apresentações (16 de outubro de 2020 e 23 de outubro de 2020) estão disponíveis online.
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30 de outubro - Diálogos sobre Migrações e Pesca na Bacia Amazônica. A Rede Ciência Cidadã da Amazônia convidou
pesquisadores e pescadores para se reunirem para tratar de questões relacionadas à conservação de peixes migradores, manejo pesqueiro e apresentar Ictio, banco de dados e aplicativo para
registro e compartilhamento de observações de peixes da Bacia Amazônica. Participaram do evento: César Bonilla (SINCHI - Colômbia), Guido Miranda (WCS), Junior Chuctaya (Museo de Historia
Natural - Universidad Nacional Mayor de San Marco [MHN UNMSM] - Peru), Dr. Ronaldo Barthem (MPEG - Brasil), Msc. Vanessa Correa (MHN UNMSM - Peru) e Wilver Chuctaya (pescador - Peru).
Acesse a gravação do evento.
Produtos de comunicação sobre os peixes migradores mais importantes para a Amazônia
A Rede preparou uma série de fichas de informações colecionáveis de sete espécies de peixes importantes para a pesca na Bacia Amazônica. São espécies migradoras, cujas
viagens conectam diferentes ambientes. Como todos os peixes migradores, eles precisam de sistemas aquáticos bem preservados e conectados, sem barreiras, para garantir sua sobrevivência ao longo
dos diferentes momentos de seu ciclo de vida. As espécies migradoras são um ponto focal com grande potencial para promover a conservação baseada em ecossistemas aquáticos na escala de toda a
Bacia Amazônica.
O artigo Manejo baseado em
ecossistemas de pescarias e áreas úmidas na Amazônia (Goulding et al., 2018, disponível em inglês) mapeia dados de pesca e ecologia de peixes da
Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru. Os pesquisadores mostram que as espécies migradoras representam mais de 80% das capturas máximas conhecidas da pesca comercial na Bacia Amazônica. No resumo do
artigo, os autores destacam:
“Destas espécies migradoras, nomeamos seis táxons de peixes migratórios como espécies-bandeira para definir as duas
principais regiões de pesca comercial. As migrações de pelo menos uma espécie de bagre, Brachyplatystoma rousseauxii, definem um elo
longitudinal em grande escala que liga os Andes, a planície amazônica e o estuário do Rio Amazonas. Os Characiformes migradores demonstram conectividade de áreas úmidas inter-bacias entre rios
ricos e pobres em nutrientes em pelo menos 2 milhões de km², ou aproximadamente um terço da Bacia Amazônica ”. (Goulding et al. 2018, p.138)
Fichas de informações
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Brachyplatystoma rousseauxii - Migrador de longa distância conhecido como dorado de piel ou plateado (Bolívia); dourada (Brasil); plateado ou dorado (Colômbia); plateado (Equador) e
dorado ou zúngaro-dorado (Peru).
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Brachyplatystoma vaillantii - Migrador de longa distância conhecido como dorado de piel (Bolívia); piramutaba (Brasil); blanco-pobre ou pirabutón (Colômbia); bagre (Equador) e
manitoa (Peru).
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Brachyplatystoma filamentosum - Migrador de longa distância conhecido como bacalao o piraiba (Bolívia), filhote ou piraíba (Brasil); lechero (Colômbia e Equador) e saltón
(Peru).
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Prochilodus nigricans - Migrador de média distância conhecido como sábalo (Bolívia); curimatã, curica ou papa-terra (Brasil); bocachico (Colômbia e Equador); challua (Equador) e
boquichico (Peru).
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Semaprochilodus spp. - Migrador de média distância conhecido como jaraqui (Bolívia e Brasil); yaraquí (Colômbia); bocachico (Equador) e yaraquí ou yahurachi (Peru).
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Brycon spp.: Migrador de média distância conhecido como yatorana, mamuri, yaturana, ou matrinchán (Bolívia); jatuarana ou matrinxã (Brasil); sábalo, sabaleta, zingo (Colômbia);
sábalo, mahuaso, katupa ou handia (Equador) e como sábalo (Peru).
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Colossoma macropomum - Migrador de média distância conhecido como tambaqui ou pacú (Bolívia); tambaqui; ruelo; bocó (de acordo com seu tamanho e idade, do maior para o menor -
Brasil); cachama-negra, gambitana ou gamitana (Colômbia); paco (Equador) e gamitana (Peru).